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Foto do escritorGuilherme Moro

5 a Seco presenteia música brasileira com "Sentido", primeiro álbum após hiato

Sentido é uma palavra que pode ser interpretada de diversas formas. É um adjetivo que pode categorizar uma frase, uma vida, um estado emocional e, no caso do novo lançamento do 5 a Seco, pode dar nome a um álbum. "Sentido" chegou às plataformas na última com o desafio de marcar o retorno do grupo após cinco anos de hiato. É verdade que a volta foi anunciada em abril, totalizando quase oito meses entre a retomada das atividades e o lançamento. Mas uma banda com tamanho potencial artístico e criativo, tem que ter seu retorno marcado por um material inédito.


Foto: Lorena Dini

Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni se reuniram em um período para gravar e discutir as 15 canções que estariam no disco. O processo de escolha de cada uma das faixas já está intrínseco e não perdeu entrosamento, mesmo após cinco anos sem uma reunião efetiva.

Temos um processo de escolha de música no 5 a Seco, que com o tempo, ficou muito certeiro. Ele consiste em unirmos nossas ideias e apresentarmos músicas que acreditamos serem legais para o disco. A reação dos quatro é instantânea. O processo é muito sensorial no começo. Tem que mexer com cada um de nós. Como temos carreiras solo, temos a leveza de que essas músicas que não se encaixarem no 5 a Seco serão utilizadas. A relação com o que é comercial ou não nunca foi uma preocupação, em hipótese alguma. Pensamos no equilíbrio de algo que seja bom para os ouvidos de todos, mas isso não passa por preocupações mercadológicas – explica Tó Brandileone.




Para Pedro Altério, este processo atingiu o seu auge em "Sentido". Segundo ele, a distinção de referências dos integrantes contribuiu para o resultado do álbum.


São cabeças muito diferentes. Gostamos de coisas parecidas, mas também gostamos de coisas muito diferentes. Esse disco deixou isso ainda mais claro. Cada um está com sua vertente muito bem representada, de como está pensando música neste momento – afirma.

Uma das faixas que mais chamam atenção é "Plano A". Ela narra uma conversa rotineira entre um casal. O molho está no refrão. Chiclete como uma música comercial, genial como uma música do 5 a Seco. Para ela ter a estrutura que está no disco, muito trabalho foi feito.


Essa música era pra um disco do Pedro Altério, que eu produzi. A letra era ótima mas não cabia na melodia. Essa letra ficou perdida no meu celular por muitos anos. Um belo dia, o Celso, que é o compositor, me ligou e relembrou aquela letra, que fora do contexto daquela melodia, era muito boa. Eu fiz algumas alterações e acrescentei o jogo de palavras como se fosse uma "boneca russa". Isso foi muito instantâneo. Depois o Vinicius Calderoni fez a terceira parte – conclui Brandileone.



Logo na primeira faixa, o ouvinte já é impactado com a beleza de "Comédia de Enganos". Uma canção forte, que ganha ainda mais peso com a participação especial de Chico Buarque. Durante o processo, ficou definido que cada um dos integrantes cantaria uma estrofe, e na última, todos formariam um coral. Quem teve a ideia de convidar o ídolo da música brasileira foi Vinicius Calderoni. Essa música foi composta para uma peça que em compus em 2022 e ela tinha uma força muito grande no enredo. Sempre gostei dessa música e trouxe ela pro disco. Decidimos que ela seria perfeita para todos cantarmos juntos. Fizemos o arranjo, gravamos, ouvimos e no meio disso eu tive o estalo de chamar o Chico Buarque de cantar somente e única estrofe. Todos adoraram a ideia, mas ninguém acreditou que isso seria possível. Tentamos por vários caminhos, até que conseguimos o e-mail e fizemos um convite genuíno e ele, com sua generosidade sem igual, respondeu e começamos a ver as possibilidades de data. Foi uma emoção gigantesca – relembra Calderoni.



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