O que seria de um artista sem suas inúmeras fases, mudanças e adaptações ao longo de uma carreira? As transformações marcadas através de letras, melodias, álbuns são utilizadas como régua para medir as diferentes trajetórias.
Esqueça tudo o que você sabe sobre a goiana Day Limns. Ela passa por mais uma das transformações de sua carreira com a fase VÊNUSNETUNO, álbum de duas partes foi finalizado na última semana e mais do que as mudanças musicais, apresenta uma estética futurista nos audiovisuais.
É o projeto que marca a iniciação da cantora em sua fase independente, sem empresários. Ela segue vinculada à Universal Music, mas agora com as rédeas de suas decisões artísticas e estratégicas. Tudo isso reflete nas faixas do novo trabalho.
"Me tornei minha própria empresária neste ano. Agora eu posso levar a minha carreira pra onde eu quiser, me conectando com as pessoas que eu quiser, se transformar as ideias da minha cabeça em realidade, independentemente de ter a verba ou não. Eu tenho 100% da minha energia disponível para mim. O VênusNetuno 2, é literalmente a evolução da VênusNetuno 1. Não é uma mera continuação. Então isso foi uma jornada pessoal minha, que eu entendi que mudou a minha realidade", explica.
Day ficou conhecida principalmente entre o público do rock que consome emo e hardcore. A parcerias com Di Ferrero e shows de abertura para Pitty e Fresno a configuraram como uma das mais emergentes deste cenário. Ela se considera a frente do tempo por escolher o gênero musical, de forma comercial, em um período de baixa.
"Penso que sempre vivi a frente do tempo. Mas é uma coisa que é um pouco dolorida, na real. Quando eu decidi ir pro rock, o rock não tava nem perto de ser uma realidade. Hoje o Linkin Park é a banda mais consumida do Brasil. Me sinto numa fase de viver o agora, o que o momento me reserva, sem me prender aos resultados", afirma.
O grande impacto está no audiovisual, que traz a tecnologia Virtual Production, expandindo os limites da performance ao unir o físico e o digital de maneira inovadora.
Desde que ganhou projeção nacional com a participação no The Voice Brasil, Day tem conquistado uma base de fãs sólida. Ela explica que o seu público está tentando se adaptar ao novo conceito estabelecido, que passa por gêneros diferentes do que ela havia feito até agora.
"Eu acho que eles ainda estão tentando absorver. Muita gente não entende muita complexidade dos conceitos. Mas uma coisa interessante e que eu fiz questão de trazer neste álbum, foi deixar a minha voz e a minha mensagem mais presente. Eu fiz questão de abaixar o volume das guitarras, de deixá-las mais de textura ali, pra que a minha voz fosse mais ouvida. Eu tenho feito um movimento de querer me apresentar para um novo público. Eu amo muito a minha fanbase, elas são muito fiéis. Mas nessa minha nova página em branco que eu digo, eu sinto que eu tenho tido um desejo de me perceber em outros lugares, de querer chamar a atenção de outras pessoas, pessoas que talvez iriam entender um pouco melhor", finaliza.