Um grande sucesso dos anos 1980, que segue reverberando até os dias atuais, “Vida Louca Vida” saiu originalmente no LP Vida Bandida, de Lobão, também compositor – que ultrapassou a marca de 350 mil cópias vendidas no Brasil –, que chegou às lojas em meados de 1987. No ano seguinte, ganhou uma versão ao vivo no disco ao vivo O Tempo Não Para, de Cazuza, outro grande sucesso.
Quase quatro décadas depois, Lobão, ao lado de Frejat, outro que teve íntima relação com Cazuza nos anos 1980, tanto profissional quanto pessoalmente, estão lançando uma nova versão de “Vida Louca Vida”, um trabalho colaborativo que traz os dois se intercalando nos versos. É uma celebração da música e muito mais.
“O que me movimentou a gravar ‘Vida Louca Vida’ foi ter tocado com a orquestra lá no Serginho Grossman (Altas Horas, Rede Globo) e ter visto que a maneira que eu cantei, a orquestra, eu imitando o Cazuza, as pessoas ficaram muito emocionadas. Então eu decidi chamar o Frejat e ‘cometer’ uma homenagem implícita ao Cazuza”, fala Lobão sobre a concepção da ideia.
Sobre o processo de gravação, ele prossegue: “Ele não tem nenhuma participação, mas como ele cantou a música e o Frejat talvez seja o parceiro mais profícuo e próximo do Cazuza, e é meu amigo, então chamei o Frejat e ele, o filho dele, o Rafa, que fez intervenções de guitarras, clavinete, órgão. Fizemos um intercâmbio, eu gravei a bateria, o baixo, algumas guitarras. Mandei para o estúdio dele, ele botou a voz, as umas guitarras, botou as guitarras do Rafa, os órgãos, e aí voltou para mim”.
Sobre o videoclipe, desenvolvido por Arnaldo Belotto, o artista declara: “O vídeo é aquela coisa do vale da estranheza, que é aquela síndrome de você, quando percebe um robô exatamente igual ao ser humano, mas que é de natureza absolutamente diferente. Você se olha no vídeo: é para ser você, e você tem certeza que não é você. Te dá uma esquisitice incrível, porque você não se reconhece de maneira literal. É fantasmagórico, é sinistro, e por isso que eu acho que é fascinante o vídeo por Inteligência Artificial, porque é uma outra coisa completamente diferente”.
O diretor adiciona: “A concepção priorizou a estética e a construção de uma narrativa que dialogasse com o contexto histórico da música. A ideia era evocar a efervescência criativa e política do rock brasileiro dos anos 1980, marcada pela figura emblemática de Lobão. O material foi gerado com o objetivo de criar uma narrativa rítmica e visualmente impactante, fiel à proposta inicial”.