Se você é desatento aos novos nomes que dominam a cena musical, principalmente do rap, provavelmente só ouviu falar da cantora e compositora Duquesa na última semana, quando seu nome esteve envolvido em uma polêmica após um gesto feito por ela em um de seus videoclipes, ser comparado ao sinal de uma facção com atuação.
Mas para além da associação errônea e já esclarecida pela artista, que apagou o clipe, Duquesa revolucionou a cena do rap nacional e influência todos os nomes emergentes do gênero.
Nascida e criada em Feira de Santana, interior da Bahia, Duquesa, também conhecida como Jeysa Ribeiro, iniciou sua carreira em 2015 ao aceitar o convite de um amigo para cantar os beats criados por ele. Sua primeira aparição musical foi junto ao grupo feirense, Sincronia Primordial, na música “Só Guardei Pra Mim”.
Em 2017, Duquesa se deparou com um contratempo ao ter uma de suas músicas retiradas do YouTube pela produtora musical que, por sua vez, não deixou que o vídeo permanecesse em seu canal.
Dois anos depois, em 2019, a cantora lançou a letra de “Futurista”, que marcou a estreia de sua videografia. Esta produção, além de trazer empoderamento e enfrentamento em sua construção, estreitou os laços entre Duquesa e a produtora Boogie Naipe.
2020 foi um ano repleto de novidades, marcado pelos lançamentos de “Diz”, “Para Pra Pensar” e “Céu”. Atualmente, o videoclipe de “Diz” carrega o marco de 3,4 milhões de visualizações no YouTube, ficando entre suas músicas mais acessadas na plataforma. Em fevereiro de 2021, Duquesa mostrou suas habilidades no trap com o single “High”.
Em 2022, Duquesa obteve maior reconhecimento após o lançamento do seu primeiro EP chamado “Sinto Muito”. O EP conta com músicas como “Sinto Muito”, “Duas da Manhã” e “2000”.
O primeiro álbum da cantora foi lançado em 2023 com o nome de “Taurus”, responsável por carregar seu grande hit, “99 problemas”, que acumula mais de oito milhões de acessos. Ao longo das oito faixas, ela mostra a importância do amor próprio e do empoderamento feminino necessário para construir uma responsabilidade afetiva maior consigo própria.
Após o sucesso de “Taurus”, a cantora lançou “Taurus, Vol. 2” em maio de 2024. Com 13 faixas que têm como tema o poder feminino, o novo álbum foi responsável por inúmeras indicações a diferentes premiações ao redor do mundo, como BET Awards e o Prêmio MultiShow.
Com sucessos como “Purple Rain” feat. Yunk Vino e “Turma da Duq” feat. Go Dassisti, o terceiro álbum dela alcançou 30 milhões de acessos nas plataformas digitais, tornando-se um fenômeno no país. Em meio as suas músicas que exploram desde o R&B até o rap, Duquesa construiu parceria com diferentes gigantes da cena, como Xamã, as gêmeas Tasha & Tracie, Yunk Vino e Baco Exu do Blues, os quatro últimos presentes em seu terceiro álbum.
Já em 2025, ela lançou seu novo single “Fuso”, derivado da sua experiência nos EUA. Os fãs suspeitam que esse lançamento iniciará um novo projeto marcante e simbólico da cantora.
Hoje, prestes a completar 25 anos, com três álbuns e muito sucesso pela frente, Duquesa se consolida como uma poderosa voz na cena do rap/trap, usando sua música para exaltar o talento e a força feminina.
“Encaro uma personagem bruta e durona porque sou minoria no meio, mulher e nordestina, preciso sempre estar me impondo”, disse em entrevista para O Globo.
Em um meio majoritariamente masculino, Duquesa mostra que uma mulher com um objetivo não pode ser parada por ninguém. Ainda que enfrente “99 problemas”, a falta de talento e força não é um deles.