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Por trás dos shows, Raquel Boletti conta histórias e desafios da produção de eventos

Foto do escritor: Guilherme MoroGuilherme Moro

Com traje preto, olhos e ouvidos atentos, fone no ouvido conectado no rádio e possivelmente correndo de um lado para o outro. É assim que possivelmente você encontrou alguém que esteja trabalhando na produção de um grande evento. É dessa forma que Raquel Boletti, a mentora por trás da NS Operações, às vezes esbarra com um fã que esteja curtindo um festival ou grande show.


A empresária criou a empresa que hoje opera nos maiores festivais do Brasil, entre eles, Lollapalooza, The Town, Rock In Rio e outros. Do acesso ao evento à distribuição de brindes, Boletti comanda ações a princípio invisíveis, mas que garantem a experiência do público.


"Quando um evento grande vem para mim, eu que desenvolvo tudo. Falo com o fornecedor do palco, faço a documentação, converso com engenheiros, falo com o pessoal da cenografia. Dentro da empresa, criei a parte de gestão de pessoas. No Caetano e Bethânia ficamos responsáveis pela distribuição de copos. No Jão, pulseiras dos clipes e recolhemos quando o evento acabava. No Festival Só Track Boa, ficamos responsáveis pelo acesso. Fazemos atendimento ao cliente em algumas lojas também. É uma série de coisas que fazemos", explicou.


Raquel Boletti (Foto: Tomas Senna)
Raquel Boletti (Foto: Tomas Senna)

A criação da empresa surgiu a partir da observação de como o público dos eventos era tratado pela organização. E de fato um dos pilares da NS é relacionamento direto com o cliente final, segundo ela. A experiência é o principal em qualquer tipo de realização deste porte.


"Quando eu criei a empresa, eu percebi que as pessoas não são bem tratadas. Elas não conseguem ter uma experiência legal no evento porque o produtor ou os funcionários do evento não ouvem esses clientes. Então eu criei isso internamente aqui na empresa de que a gente tem que conversar com o cliente, entender qual é o problema dele para resolver. As pessoas não buscam bens materiais, elas buscam experiências hoje em dia (...) acho que a gente coopera muito com isso, que o pessoal aproveita bastante e esse lance de experiência é uma coisa que é bem procurada ultimamente", finalizou.


Bastidores da música


Ao longo destes anos dentro do mercado, Boletti já experimentou as mais diversas situações envolvendo o mundo dos eventos. Os pedidos exorbitantes para os camarins dos grandes artistas não poderiam passar em branco e também já fizeram parte da rotina da empresária.


"Eu já recebi um rider que pedia muitos lanches de McDonald's e vários sushis. E aí ele falou que não subiria no palco se não tivesse os dois. Tivemos que comprar correndo os tais sushis que ele pede e um monte de McDonald's que ele pediu. Isso eu achei um absurdo. Teve um outro também que eu não vou citar nomes porque eu não sei como é hoje, mas ele já pediu tipo ovo cozido. Aí a gente fica tipo, você vai comer ovo cozido pra subir no palco? Então tem uns pedidos meio estranhos e engraçados, mas nada que a gente não consiga resolver, isso aí é bem tranquilo de resolver", contou.


Após a pandemia, o preço dos ingressos aumentou, por uma série de fatores. Além da lei da oferta e demanda, a alta do dólar também influenciou, não só na contratação de artistas estrangeiros, mas no aluguel dos equipamentos necessários para a realização de um espetáculo.


Para ela, outro fator é o número de atrações para além do palco, como ações de merchandising, que implicam em um investimento maior por parte da organização e impacta no preço.


"Com essa crescente, os ingressos começaram a ficar muito caros, porque as produções começaram a ficar mais caras. Antes era um palco e é isso. Hoje tem ativações, cenografias e acabou superfaturando alguns ingressos. Eu não sou super a favor de superfaturar os ingressos, mas é uma coisa que ajuda a pagar as contas do evento. Então, o palco é uma coisa muito cara, o artista gringo também é uma coisa muito cara, porque é em dólar. Eu não acho que seja um grande problema, mas eu acho que as pessoas acabam escolhendo os eventos que elas vão", finalizou.

 
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