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O Corvo: conheça a adaptação sertaneja da dupla Conde e Drácula do poema de Edgar Allan Poe

Foto do escritor: Guilherme MoroGuilherme Moro

Um dos poemas narrativos mais emblemáticos da literatura mundial, "O Corvo", de Edgar Allan Poe, é conhecido por sua narrativa gótica e sobrenatural. Publicado em 1845, muito antes de qualquer resquício de existência da música sertaneja, a obra ganhou uma adaptação musicada em 1976 pela inusitada dupla Conde & Drácula, que lançou um único disco.


Dupla Conde e Drácula com visual gótico na capa do disco homônimo de 1976

A história narra a história de um homem que vive dias de luto com a recente morte de sua esposa. Durante uma noite, ele ouve uma batida misteriosa em sua janela. Ao abri-la, um corvo entra no ambiente e o narrador, intrigado pela presença do pássaro, começa a lhe fazer perguntas sobre sua dor e o destino de sua esposa. Para cada pergunta, o corvo responde apenas com a frase "nunca mais".


Edgar Allan Poe foi um dos grandes autores da história

A adaptação sertaneja foi escrita pela própria dupla, que nunca alcançou estrelato, mas ficou famosa com uma aparição no quadro Detetive Virtual, do Fantástico, onde o jornalista André Piunti mostrou alguns de seus discos com nomes curiosos de duplas sertanejas.



Na música, os compositores mantiveram a frase "nunca mais", resposta do corvo para todas as perguntas do narrador. Durante a letra, o enredo é narrado na mesma ordem cronológica do poema.



Além de "O Corvo", o álbum conta com outra faixa "dark". "Bruxa Feiticeira" descreve a história de uma feiticeira que assustava toda a redondeza, com direito a transformação de uma mulher em cascavel.

Leia a letra completa de "O Corvo"


Estava eu sozinho em minha solidão

Numa noite muito fria no sertão

Quando ouvi bater baixinho em minha janela

E pensei, é ela, é ela


Corri depressa para abrir a janela

Pois talvez fosse alguém que soubesse dela

Mas o que vi na escuridão sei que não esqueço jamais

Um velho corvo que dizia nunca mais


Agora sei que aquele corvo vai ficar

Na minha frente eternamente a me lembrar

Que o amor que foi embora foi levando a minha paz

E neste mundo já não volta nunca mais


E só me resta viver nesta escuridão

Que este agouro trouxe pro meu coração

Pois este corvo é a sombra dela que eu não verei jamais

Ave maldita tens razão, nunca mais

Nunca mais, nunca mais



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