Não é sempre que três adolescentes conquistam o mundo da música já no primeiro álbum. Mas foi exatamente o que aconteceu com a banda australiana de Rock chamada Silverchair, logo após o lançamento de seu trabalho de estreia, o Frogstomp (1995). Aqui a banda explorava letras que falavam sobre a adolescência e a vida de garotos não populares, além de trazer temas mais maduros sobre guerras e conflitos também.
Com a formação que contou com Daniel Johns na guitarra e nos vocais, Chris Joannou no baixo e Ben Gillies na bateria, a banda lançou os álbuns Frogstomp (1995), Freak Show (1997), Neon Ballroom (1999), Diorama (2002) e Young Modern (2007), sendo os três primeiros os maiores sucessos da banda.
O trabalho da banda é considerado um Post-Grunge, muito pelas suas influências que vinham de bandas de Seattle da primeira década de 90. Além disso, o trabalho do SIlverchair ainda contava com influências de Stoner Rock e Doom Metal, trazendo riffs densos e influências também de bandas como Black Sabbath. Essa mistura fez com que a banda atingisse uma sonoridade quase única, sendo intensa, técnica e melódica.
É claro que uma exposição direta e alta com a fama logo na adolescência mexeu bastante com o psicológico dos garotos que tentavam conciliar a fama com os estudos, uma vez que ainda estavam na escola quando começaram a ter sucesso na música.
O álbum Neon Ballroom (1999) é o mais diferente da primeira fase da banda: aqui a banda explorou novas temáticas e novas sonoridades, deixando um pouco de lado aquele som mais cru e intenso presente nos dois primeiros trabalhos. No terceiro álbum podemos notar mais trabalhos com teclados, novas temáticas e novas sonoridades, deixando o disco mais bem trabalhado.
Porém, isso não veio por acaso: Daniel Johns considera o álbum um trabalho conceitual da banda, uma espécie de "diário musical". Segundo ele, o trabalho relatou com detalhes os problemas vividos pelos músicos da banda durante aquele período. Sendo assim, a banda explorou uma sonoridade mais experimental neste trabalho, sendo um disco bem diferente do que a banda havia feito até então.
Uma situação que deixa essa situação de "diário" bem explícita é a letra de Ana's Song. A música fala sobre anorexia, doença que o vocalista Daniel Johns enfrentou em sua juventude. A letra trata como se a doença fosse uma pessoa que destruísse a vida do eu-lírico e a banda conseguiu expressar bem os sentimentos do vocalista diante dessa difícil situação.
Após este álbum, a banda entrou em uma nova fase, onde começou a explorar sons ainda mais diferentes, flertando até com a Música Eletrônica em muitos momentos. O Silverchair entrou em hiato em 2011, mas Daniel Johns já deu declarações que a banda não volta mais.